“A luta é pela escola“. A frase, da conselheira tutelar recém-eleita Laura Moreira tenta sintetizar o papel dos Conselhos Tutelares, cuja eleição ocorreu no último domingo, 1º.
O tema foi o centro do Ponto de Encontro, live das quintas-feiras e que reúne membros da Comunidade Cultiva.
Além de Laura Moreira, que representa a regional Noroeste no Conselho Tutelar e mora na Pedreira Prado Lopes, em BH, participaram o advogado Felipe Rabello e a psicóloga Daniele Santoro.
A designer Roberta Martorelli foi convidada, mas por problemas técnicos participou apenas dos minutos iniciais.
Entre o ECA e a Bíblia
Além do desconhecimento do papel dos Conselhos Tutelares, ns últimos anos a escolha tornou-se palco de disputas ideológicas entre igrejas neo-pentecostais, a extrema direita, setores da esquerda e o campo progressista. “Parece que ficou uma disputa entre o ECA [Estatuto da Criança e do Adolescente] e a Bíblia“, satirizou Felipe.
Opinião endossada por Laura (foto) que acrescentou: “teve muita gente descendo de um ônibus: Bíblia na mão e um santinho na outra. E outras pessoas tentando votar com certidão de casamento vinda de outras seções onde não foram permitidas votar“.
Mas Laura acredita no seu trabalho que sintetizou como “A luta é pela escola“, garantindo que vai lutar por escola para todos e facilitar a vida de todos – pais e filhos. “É importante lutar para que irmãos estudem na mesma escola e no mesmo horário”, exemplificou.
Medo e desinformação
Para Daniele, que atua em Unidades Básicas de Saúde, a desiformação é tanta que “os pais têm medo de perder a guarda dos filhos por qualquer denúncia do Conselho“.
A educadora e membro do Instituto Cultiva, Nayraline Oliveira (foto acima), destacou as eleições do dia 1º registraram “uma votação significativa e com isso o aumento do interesse em conhecer o papel dos conselhos“.
Ela que votou em Aracati, no Ceará, observou que houve mais eleitores, tanto conservadores, quanto mais progressistas.
Acesse aqui as imagens (em .PDF)
Os convidados
Felipe Rabello – Advogado, paulistano, trabalhou em um escritório que representava interesses de sindicalistas (trabalhei contra a privatização da CBTU e Trensurb), sou do PT, da corrente Democracia Socialista.
Daniele Santoro – Mora em São Paulo. Psicóloga, trabalha no SUS há 16 anos. Fez parte do CMDCA de Igaraçu do Tietê por três anos. Atualmente trabalha com população de comunidade, mulheres e crianças vítimas de violência.
Roberta Martorelli – Natural de Santos, formada na área de design gráfico com interesse em psicanálise, semiótica, sociologia e moda. Atualmente trabalha com criação de acessórios
Assista à íntegra do Ponto de Encontro
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Jornalista com MBA em Mídias Sociais e Gestão da Comunicação Digital. Passou pela redação dos principais jornais mineiros cobrindo política e economia. Assessor de ONGs de trabalhadores aposentados e membro do Instituto Cultiva desde julho de 2023.
Foi muito bom, ter tido a oportunidade de participar dessa Live e esclarecer as verdadeiras atribuições do Conselho Tutelar, a desinformação neste campo é grande. O Conselho Tutelar não é de maneira alguma um órgão opressor. Um órgão para tomar filhos de pais, muito antes pelo o contrário. O Conselho Tutelar é um órgão garantidor, que garante os direitos dos jovens, das crianças e dos adolescentes. O Conselho Tutelar é um órgão para fazer com que se cumprar o ECA (estatuto da criança e do adolescente). Foi de grande valia a oportunidade de estar falando que o caminho é a educação o futuro é através da educação, lugar de crianças é na escola. Acredito que seja uma das bandeiras primordiais de todos os Conselhos Tutelares, que é garantir que todos os jovens, crianças e adolescentes, estejam dentro das salas de aula.
Laura, você abrilhantou nossa live. Em nome do Instituto Cultiva, muito obrigado. Contaremos com você em outras oportunidades.