A universidade reiteradamente deve ser vista como uma instituição para a sociedade, não como uma organização burocratizada. A diferença está no fato de que a organização é definida por práticas específicas voltadas a finalidades tecnicistas, ou seja, pelo uso de determinados meios administrativos para alcançar objetivos particulares, visando o desempenho com base na competição e não uma visão ampla da sociedade. Nessa perspectiva, prevalecem os princípios de gestão e controle de resultados rápidos. Diferente da instituição para a sociedade, que questiona seu papel, sua função e sua inserção no contexto da luta de classes, a organização considera esses aspectos como dados já estabelecidos. Enquanto a instituição busca a universalidade, a organização pauta-se na particularidade como condição de sucesso e efetividade, ou seja, é a educação deixando de ser vista como um direito e sendo vista como um serviço.
A explosão de organizações particulares, competindo a rapidez da educação entre si, trouxe para o ensino um entendimento de celeridade na transmissão do conhecimento que não dialoga com a democratização do ensino e com acompanhamento das universidades às transformações sociais e políticas do país. Tendo as organizações ganhado um espaço pelo prisma capitalista, visando competição e a rapidez da formação, deixando à margem, a ciência, a pesquisa, e o aprendizado para fins de transformação social, para o que é de fato o objetivo do entendimento social através do estudo.
Isto posto, uma das maneiras de combater o avanço do neoliberalismo na educação, é defender que a escola não pode ser reduzida a uma engrenagem do mercado. É reafirmar que ela deve ser um direito comprometido com a igualdade, a justiça e a formação de sujeitos capazes de compreender e transformar a realidade em que vivem. Lembrando sempre que na universidade acima de tudo deve existir participação coletiva, pluralidade de ideias, justiça social, e fomento de debates sobretudo relacionado ao combate à mercantilização da educação, compreendendo a realidade social fortalecendo a democracia. Reforçando o tema de um ensino e aprendizagem democráticos, o
Instituto Cultiva em parceria com o SINESP e IFSP, organizou um curso de aperfeiçoamento de 180h para gestores e professores da Rede Municipal de ensino, abordando contexto histórico dos principais pensadores clássicos e contemporâneos da educação brasileira e a gestão democrática e suas dimensões, promovendo discussões reflexivas dos gestores diante da ofensiva e desvalorização atual da comunidade escolar municipal e propondo com a força da categoria estratégias para o enfrentamento ao sucateamento e a privatização do ensino municipal.
Graduada em enfermagem pela Universidade de Pernambuco, Graduanda em Licenciatura em Ciências Sociais pela Universidade Estácio, atuou em assistência de enfermagem, em urgência e emergência adulto e pediátrico em hospitais privados em Recife/PE, pronto atendimento em urgência oncológica no Hospital Amaral Carvalho/SP, atuou em equipe de Programa de Saúde da Família em Paulista/PE, foi Gestora de Saúde na Unimed Recife, Hospital Memorial São José/PE e Associação do Hospital e Maternidade São José de Barra Bonita/SP, foi supervisora de Estágio do Curso de Graduação em Enfermagem da Faculdade Unigrande – Centro Universitário Unigrande. É consultora na área de saúde do Instituto Cultiva.