Com a capacitação das 12 primeiras articuladoras, o Comunidades Educadoras começa, de fato, a esquadrinhar as reais condições de vida dos estudantes da rede pública do Estado do Rio Grande do Norte.
“Participar do Programa Comunidades Educadoras é uma alegria para mim e um avanço para a Educação do Rio Grande do Norte“, afirma a psicóloga Jarciane Bandeira, uma das profissionais a vestir a camisa do projeto Comunidades Educadoras, como articuladora.
Parceria com o Governo
O programa é desenvolvido em parceria com o Instituto Cultiva com a Secretaria de Estado da Educação, da Cultura, do Esporte e do Lazer (SEEC) do Rio Grande do Norte.
No questionário feito com as famílias dos estudantes, as perguntas vão desde o envolvimento da família com as atividades escolares dos estudantes até as condições de moradia observando detalhes como local adequado de estudos dentro das residências.
Também são detectadas situações de violência, conflitos familiares e vulnerabilidade social.
Machismo e gravidez de adolescentes
“O que mais me impactou foi a realidade das escolas, principalmente as questões de violência de gênero, é muito presente a cultura machista na comunidade e dentro das escolas“, revela Micaela Passerino Gluz, pedagoga e uma das analistas do projeto. E acrescenta: “Os casos de gravidez na adolescência são alarmantes também, ainda mais que essas situações são decorrentes de abusos e violências.”
O envolvimento inicial das articuladoras chama a atenção, principalmente quando se desenvolve uma linha do tempo. “O público envolvido constrói a partir de seus próprios conhecimentos a leitura das últimas décadas do território em questão (no caso, a região metropolitana de Natal). A maioria demonstra grande envolvimento e empolgação e, ao final, identifica os desafios que o programa Comunidades Educadoras deverá enfrentar na região“, destaca o sociológo Rudá Ricci, presidente do Instituto Cultiva.
Alcance no Rio Grande do Norte
O projeto contempla, inicialmente, as cidades de Natal, São Gonçalo do Amarante, Extremoz, Macaíba, Parnamirim e Ceará-Mirim.
Enquanto as articuladoras fazem o trabalho de campo, família por família, nova etapa terá início no dia 22, com novos encontros entre o pessoal de campo e os coordenadores.
“A análise dos dados levantados permitirá definir prioridades pedagógicas, construindo uma rede de atendimento integrado às famílias e participando da discussão e da formação de protocolos para a prevenção, algo essencial a ser trabalhado”, destaca Socorro Batista, secretária de Educação do RN.
Jornalista com MBA em Mídias Sociais e Gestão da Comunicação Digital. Passou pela redação dos principais jornais mineiros cobrindo política e economia. Assessor de ONGs de trabalhadores aposentados e membro do Instituto Cultiva desde julho de 2023.