Dados do relatório Ataque às escolas registram 36 ataques em 37 escolas com 49 mortes e 115 feridos. Isso somente no ano de 2002. (o ataque de Aracruz vitimou 2 escolas) Tais números colocam o Brasil como o segundo do mundo, perdendo apenas para os Estados Unidos. A análise é de um dos responsáveis pelo relatório, o educador Daniel Cara, (bio no final) convidado da live de sextas-feiras do Instituto Cultiva.
Não bastasse a onda de violência, não há um projeto para as escolas. “O Estado abidcou do planejamento e cuida aoenas da gestão dos problemas“, definiu Daniel Cara.
Controle parental na internet
Daniel lamentou a banalização da violência nas escolas, inclusive por parte da imprensa e afirmou que os ataques são um “fenômeno do extremismo“. “Todos têm componentes da extrema direta, além da misoginia e racismo“, acrescentou. Daniel Cara também citou o caso de uma professora que surpreendeu um menino de 6 anos fazendo a saudação nazista a Hitler. “A criança contou que aprendeu em um site de jogos, por isso os pais devem estar atentos a que os filhos acompanham na rede. Isso se chama controle parental”, disse.
Novas pedagogias
Ainda durante a live, que contou com a participação de Renzo Mora, Daniel sinalizou que é preciso criar “novas pedagogias” e que acompanhem as novas tecnologias. No entanto, o educador destacou que é um grande desafio. “Se fizer somente com base em tecnologias não se faz educação“, salientou.
Para Daniel Cara a multa estipulada pelo Ministério da Justiça para impedir o compartilhamento de conteúdos digitais que façam apologias, ameaças ou incentivem ataques em escolas. é insuficiente. “Os R$ 12 milhões não resolvem os problemas de uma cidade com 30 mil habitantes”, afirmou.
Acesse aqui o relatório ataque às escolas no Brasil
Daniel Cara – Mini bio
Daniel Cara – É educador, cientista político e político brasileiro, filiado ao Partido Socialismo e Liberdade (PSOL). É professor da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo e membro do Comitê Diretivo da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, rede da sociedade civil que coordenou de 2006 a 2020. Tem 45 anos.
Assista à íntegra da live
Veja também no Cultiva
Jornalista com MBA em Mídias Sociais e Gestão da Comunicação Digital. Passou pela redação dos principais jornais mineiros cobrindo política e economia. Assessor de ONGs de trabalhadores aposentados e membro do Instituto Cultiva desde julho de 2023.