O Brasil precisa adotar um movimento de educação domiciliar semelhante ao Programa de Saúde da Família (PSF).
Estas e outras sugestões foram apontadas pelo presidente do Instituto Cultiva, Rudá Ricci, em entrevista on-line para ‘Le Monde Diplomatique – Brasil’ na semana passada. Em conversa com o apresentador Silvio Caccia Bava, Rudá salientou que o desempenho dos alunos está diretamente relacionado ao perfil da mãe.
De acordo com pesquisas do IBGE, filhos de mães que passaram pela educação formal têm tres vezes a média superior em comparação às crianças cujas mães nunca estudaram.
“Precisamos trazer estas mães, acolher. Criar uma programa de alfabetização delas e das avós também”, defende Rudá. Segundo ele, “mães com ensino unversitário têm mais condições e tempo para ajudar nas tarefas escolares”. Razão pela qual muitas vezes os resultados das escolas particulares são maiores do que nas escolas públicas.
Outra sugestão, apontada na programa do ‘Le Monde Diplomatique – Brasil’ é o estímulo a implantação de um “educador social”. Este profissional seria o responsável por acompanhar atividades nos intervalos e até fora do horário escolar. Para o presidente do Cultiva, é nos intervalos que acontecem as formas de bullying, as agressões, mas também as atividades de bom convívio.
Escolas cívico-militares
Sobre a delicada situação das constantes cenas de violência nas escolas, a solução, segundo Rudá, não passa pelas escolas cívico-militares. Estas seriam, em tese, mais seguras por conta da gestão de um militar. “Isso para pais de classe média. Pobres e trabalhadores têm medo da polícia. em boa parte da periferia do Brasil a polícia também causa terror. Não é uma polícia acolhedora”, afirmou.
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Para Rudá, este conflito não é uma resposta fácil para os pais. Precisamos de reorganização e buscar a identidade dos estudantes. Neste sentido, entidades e profissionais da educação já se articulam para discutir o Plano Nacional de Educação (PNE) que ano que vem discutirá políticas pública na área de educação para os próximos dez anos.
Sugestões
Ao final da entrevista, tambem exibida pela TVT, Rudá alinhou três principais propostas entre elas a criação de um sistema de apoio integrado às famílias. Este sistema teria um cartão do estudante. Um sistema que cruze as condições de saúde dele e da família, de assistência social e de desempenho escolar e comportamento. “Assim o professor terá um diagnóstico porque aquele menino está acanhado ou violento; se ele sofre algum tipo de abuso, se passa fome…”, resumiu.
Assista à entrevista
Jornalista com MBA em Mídias Sociais e Gestão da Comunicação Digital. Passou pela redação dos principais jornais mineiros cobrindo política e economia. Assessor de ONGs de trabalhadores aposentados e membro do Instituto Cultiva desde julho de 2023.