Instituto Cultiva

lula convoca cultiva para uma reunião

Lula convoca Cultiva e mídia independente para revelar planos

O Instituto Cultiva foi convidado pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, para uma reunião nesta terça-feira (7), ao lado de organizações da mídia independente e alternativa. No encontro, o mandatário revelou os planos para, enfim, empolgar a população.

“Nestes 38 dias de governo, estamos prontos para começar a fazer com que a máquina do estado brasileiro volte a funcionar”, anunciou Lula, logo no início.

“Vou viajar na próxima quinta-feira para os EUA. Na volta, eu vou ter uma reunião com todos os ministros para que a gente tenha noção de como cada ministro já preparou a máquina do seu ministério para começar a colocar em prática aquilo que nós nos propusemos a fazer”, afirmou.

A Cultiva foi representada pela economista, integrante do Centro Feminista de Estudos e Assessoria (CFEMEA), Gilda Cabral, durante o encontro realizado presencialmente no Palácio do Planalto, em Brasília.


Hora de agir

Lula corroborou com a análise da Cultiva (veja a íntegra aqui) sobre a popularidade estagnada: o governo está paralisado e precisa começar a fazer anúncios de peso. “Tem que ter política estratégica de impacto. Tem que ser algo de impacto e que principalmente mexa no bolso. Agora é a hora – está perdendo tempo muito significativo”, avaliou o cientista político Rudá Ricci, presidente da Cultiva.

“Importante vocês lembrarem que, embora a gente tenha tomado posse dia 1º de janeiro, a nossa chave de começar a funcionar só foi ligada no dia 24. Portanto, temos poucos ministérios que até outro dia não tinha montado o tal do ministério: tinha secretário executivo, o chefe de gabinete e o restante estava esperando para que a gente pudesse liberar as contratações sem que a gente possa aumentar o número de funcionários”, disse Lula.


E quais são os planos?

Lula revelou que deposita muito peso no fôlego proporcionado pela PEC da Transição, aprovada pelo Congresso. “Foi muito importante, para nós, o Congresso Nacional ter aprovado aquela PEC, que muita gente tratou a PEC como se fosse do Lula, PEC do nosso governo. Na verdade, a PEC era do Governo Bolsonaro porque para cumprir aquilo que deveria estar no orçamento e não estava”, iniciou.

“A PEC [da Transição] garante o mínimo de recurso para fazer o país começar a funcionar. Eu, dentro do governo, tenho demonstrado otimismo muito grande, acredito que a economia brasileira vai crescer mais do que as projeções que estão sendo feitas”, afirmou o presidente da República.

As apostas do Lula são em cima de milhares de obras paralisadas que, segundo o próprio, já estão com o projeto aprovado.

“Muitas obras que tínhamos começado no PAC 2006, 2007, 2008, 2009, 2010… muitas obras que a Dilma tinha começado… Estão quase todas paralisadas”, disse, antes de complementar: “Ou seja, significa que temos uma posição quase que confortável porque temos uma prateleira de obras que já estão prontas, já foram legalizadas, têm decisão do meio ambiente, já têm engenharia aprovada e agora é tocar o barco para tentar terminar o mais rápido possível”.


‘Salto na roda-gigante’

Lula reforçou, ainda, que pretende direcionar todos os esforços possíveis para financiar pequenos e médios empreendedores. “Todas as possibilidades que tivermos, vamos fazer. BNDES, Caixa, Banco do Brasil, BNB…”, enumerou. “É assim que a gente vai dar o primeiro salto na nossa roda gigante para começar a gerar o emprego que precisamos”.


Yanomami e meio ambiente

Lula ainda disse que, após a viagem aos EUA, pretende viajar o Brasil para manter contato com o povo brasileiro e fazer os anúncios que precisam ser feitos. E afirmou que a outra frente é pelo meio ambiente.

“Vamos dar um sinal muito importante para a sociedade brasileira de que essa questão dos indígenas, desmatamento, queimadas, madereiras… Isso vai ter que parar”.


Encontro com mídia independente

Mais de 40 representantes de instituições da mídia independente e alternativa foram convidados para um café da manhã com o presidente Lula. O ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social, Paulo Pimenta, e Janja também estavam presentes.

“Desde o início do nosso governo, o presidente Lula tem feito um esforço muito grande para conseguir estabelecer uma comunicação com a sociedade brasileira que possa respeitar essa enorme pluralidade, diversidade em um país complexo como é o Brasil”,

afirmou Pimenta.

Confira alguns trechos das falas, na íntegra, de Pimenta e Lula: PAULO PIMENTA

Desde o início do nosso governo, presidente Lula tem feito um esforço muito grande para conseguir estabelecer uma comunicação com a sociedade brasileira que possa respeitar essa enorme pluralidade, diversidade em um país complexo como é o Brasil. Hoje em dia não é mais possível imaginar em um governo, em uma política de comunicação governamental, institucional, que não olhe para todas as mudanças, para todos os meios e formas de comunicar. Todos vocês que estão aqui cumprem um papel muito importante de ocupar um espaço de comunicação em defesa da democracia, do estado democrático de direito, de denúncias importantes de violações de direitos importantes. Queremos com esse encontro sinalizar o respeito e a disposição de diálogo com todos os senhores, as senhoras, todos vocês representando aqui seus portais, blogues etc. que cumprem papel fundamental e insubstituível na democracia. LULA Nestes 38 dias de governo, estamos prontos para começar a fazer com que a máquina do estado brasileiro volte a funcionar. Vou viajar na próxima quinta-feira para os EUA. Na volta, eu vou ter uma reunião com todos os ministros para que a gente tenha noção de como cada ministro já preparou a máquina do seu ministério para começar a colocar em prática aquilo que nós nos propusemos a fazer. Importante vocês lembrarem que, embora a gente tenha tomado posse dia 1º de janeiro, a nossa chave de começar a funcionar só foi ligada no dia 24. Portanto, temos poucos ministérios que até outro dia não tinha montado o tal do ministério: tinha secretário executivo, o chefe de gabinete e o restante estava esperando para que a gente pudesse liberar as contratações sem que a gente possa aumentar o número de funcionários. Eu estou com muito otimismo: temos mais de 14 mil obras paralisadas na educação, temos mais de 4 mil paralisadas… muitas obras que tínhamos começado no PAC 2006, 2007, 2008, 2009, 2010… muitas obras que a Dilma tinha começado… estão quase todas paralisadas. Ou seja, significa que temos uma posição quase que confortável porque temos uma prateleira de obras que já estão prontas, já foram legalizadas, têm decisão do meio ambiente, já têm engenharia aprovada e agora é tocar o barco para tentar terminar o mais rápido possível. Foi muito importante pra nós o Congresso Nacional ter aprovado aquela PEC, que muita gente tratou a PEC como se fosse do Lula, PEC do nosso governo. Na verdade, a PEC era do Governo Bolsonaro porque para cumprir aquilo que deveria estar no orçamento e não estava. PEC garante o mínimo de recurso para fazer o país começar a funcionar. Eu, dentro do governo, tenho demonstrado otimismo muito grande, acredito que a economia brasileira vai crescer mais do que as projeções que estão sendo feitas porque estamos precisando começar a financiar os setores que nós queremos privilegiar: pequenos e médios empreendedores, pequenas e médias empresas… Isso vai valer para o governo como um todo: para o BNDES, para a Caixa, para o BB, BND… Todas as possibilidades que tivermos para fazer o funcionamento e o financiamento para pequeno e médio empreendedores, cooperativas, nós vamos fazer. É assim que a gente vai dar o primeiro salto na nossa roda gigante para começar a gerar o emprego que precisamos. A outra coisa é a reconquista da credibilidade internacional. Vocês sabem que, durante a campanha, eu falei que existem três palavras para governar um país: credibilidade, garantir estabilidade e previsibilidade. Ou seja, três coisas que você tem que colocar na ordem do dia para governar. As pessoas têm que confiar que as coisas que você está anunciado vão acontecer. E, para isso, o governo tem que dar sinais, se o governo não der o pontapé inicial, achar que por si só a iniciativa privada vai dar, isso não vai acontecer. O governo tem que mostrar que ele governa e acredita no que está falando. Já fizemos uma série de contatos, tanto na América Latina, quanto com telefonemas que tenho recebido de vários dirigentes de outros países, a vinda de Olaf Scholz, chanceler da Alemanha aqui, a minha ida aos EUA agora e em março minha ida à China. A gente vai concluir um conjunto de países que queremos convidar para ser parceiro nos investimentos novos que precisamos ter no Brasil. Somente agora a gente conseguiu indicar a presidência no BNDES, somente agora a gente conseguiu indicar a presidência da Petrobras, que tomou posse, mas ainda está sozinho em uma sala porque o conselho ainda não tomou posse nem a diretoria. Vai levar um tempo ainda, possivelmente a gente tenha mais um mês pela frente até que o conselho delibere. E no restante vamos tocando barco. Depois de voltar dos EUA, quero viajar pelo Brasil para manter contato com o povo e anunciar coisas que têm de ser anunciadas. Vocês acompanharam de perto a questão dos Yanomami. Ou seja, tem uma crença que sempre se faz pirotecnia com as questões dos indígenas e depois de algum tempo para. E eu queria dizer pra vocês que desta vez vai ser muito sério, a gente não vai mais permitir garimpo em terras indígenas em hipótese alguma. Mais do que não permitir garimpo, a gente não vai permitir pesquisa nas áreas em que não podem ser garimpadas Estamos no processos de retirada dos garimpeiros de Roraima, não é uma coisa fácil porque são muitos garimpeiros. Uns estão saindo por conta própria, outros estão precisando os donos que mandaram eles pra lá possam retirá-los. Queremos tirar todo mundo porque a situação em que se encontram os Yanomamis é uma situação degradante para um ser humano e o Brasil não tem como permitir que isso continue, inclusive é preciso que a gente apure responsabilidade pelo o que aconteceu. Tem vários discursos do ex-presidente fazendo apologia ao garimpo, tem vários discursos dele dizendo que pode garimpar, pode jogar mercúrio na água, pode fazer qualquer coisa na água que ele é favorável ao garimpo. Só pode ter garimpo em terra que pode garimpar e autorizada pelo governo porque, veja, esse ouro a gente nem sabe quanto se extrai, não sabe para onde vai o ouro, não sabe se é lavagem desse ouro. As pessoas que estão no garimpo são as menos culpadas, as mais culpadas é quem financia isso, é quem compra dragas queimando helicóptero, queimando avião, é quem recebe esse ouro e vai lavar ele na bolsa em São Paulo. Vamos tratar com muita seriedade: não será mais uma ação de pirotecnia como habitualmente se fazia no Brasil. Vamos dar um sinal muito importante para a sociedade brasileira de que essa questão dos indígenas, desmatamento, queimadas, madereiras… isso vai ter que parar. Ninguém tem o direito de cortar uma árvore com 300, 400 anos de vida. não tem proprietário, é do povo brasileiro, da humanidade.

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