O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e todo o governo que assumiu há menos de 10 dias começam a colher os frutos de estratégia que culminou nos atos terroristas contra os Três Poderes, nesse domingo (8). A gestão petista conseguiu praticamente unificar a união pública e os espectros políticos, da esquerda à direita.
“A invasão, talvez, tenha sido a volta para o futuro. Mesmo a esquerda ainda estava olhando para o passado. Agora voltamos para o futuro, o que a esquerda também almejava na década de 1990, na retomada da democracia”, afirma o cientista político e presidente da Cultiva, Rudá Ricci, durante análise no YouTube (veja aqui).
Um levantamento feito pelo instituto de pesquisa Quaest, ainda nesse domingo, mostra que 90% de mais de 2 milhões de postagens feitas pelas redes sociais desaprovavam o ato terrorista contra os Três Poderes. “Observamos muitas críticas a atuação da PM”, resumiu o diretor do instituto, Felipe Nunes.
Em poucas horas, o Governo Lula recebeu apoio público – nacional e internacional -; aglutinou lideranças do Judiciário e do Legislativo; observou manifestações públicas contrárias ao ato bolsonarista até mesmo de apoiadores ferrenhos de Bolsonaro, além de movimento de lideranças estadunidense para deportar o ex-presidente.
“No século 21, é o primeiro movimento importante, de fato, de uma liderança política democrata. Nunca tivemos o lulismo, nem com a vitória em 2002, tão senhor da situação, a um passo de começar a construir novamente uma disputa pela hegemonia dos valores e da condução política do país”, avalia Rudá Ricci.
Emboscada
Mesmo com informações conhecidas pela inteligência de estruturas governamentais e até mesmo divulgadas em redes sociais, o governo e a Polícia Militar do Distrito Federal permitiram a invasão e destruição dos Três Poderes por milhares de bolsonaristas extremistas, nesse domingo (9).
Como resultado, Lula conseguiu, com praticamente total apoio público, o afastamento do governador do DF, Ibaneis Rocha; a intervenção na segurança pública do mesmo território; o endurecimento nacional na desmobilização de acampamentos antidemocráticos e colocar bolsonaristas contra as cordas.
“Manifestações perdem a legitimidade e a razão a partir do momento em que há violência, depredação ou cerceamento de direitos. Não admitiremos isso em SP!”, publicou Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo e, talvez, um dos mais emblemáticos bolsonaristas no poder.
“Se há novo ataque em São Paulo e o Tarcísio não age, Lula tem, novamente, caminho livre para fazer algo semelhante ao que foi feito no Distrito Federal”, diz Rudá Ricci.
Lula se reúne com a liderança dos poderes (presidente do STF, Rosa Weber; presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL); presidente em exercício do Senado Federal, Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB); além de outras autoridades); conversa com lideranças internacionais durante a tarde; e, à noite, se encontra com os governadores. Além disso, manifestação em defesa da democracia às 18h está prevista por capitais de todo o Brasil.
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