“Estamos carregadas de estigmas sociais entranhados nas cabeças das pessoas – pessoas que nem mulheres são. O grande marco desta data, um dia de luta, é principalmente acabar com esses estigmas sobre o papel da mulher. A mulher pode ser o que quiser, por mais clichê que essa frase pareça, ela tem que se tornar verdade.”
No Dia Internacional das Mulheres, a Cultiva se orgulha em anunciar oficialmente a primeira novidade da nova grade de lives, que estreia dia 21: a cientista social Nayraline Oliveira, responsável pelo parágrafo que abre esta publicação.
A mais nova integrante dos programas ao vivo da Cultiva tem longa trajetória no campo da educação e enxerga que o ofício, sua razão de existir, estava presente desde o primeiro momento de vida.
“Sou cearense de Aracati, que significa, em Tupi, bons ventos. Aqui nasceu Dragão do Mar, especificamente na praia de Canoa Quebrada, filho de pescadores e líder de uma greve que contribuiu para libertar muitos escravos. Por isso, Ceará foi o primeiro estado, antes mesmo de qualquer lei, a libertar escravos”, conta, orgulhosa.
“Por isso, aqui é conhecido como A Terra da Luz”.
Trajetória
Nay, como costuma ser chamada – “nem minha mãe, quando está nervosa, me chama de Nayraline: não tenho problema algum com meu nome, mas é muito grande” -, sempre foi uma estudante engajada.
Tanto é que foi contratada pela mesma rede na qual trilhou toda a trajetória escolar: Marista.
“Fui professora de dança, como trabalho voluntário. E logo depois fui contratada, por sempre participar de grupos quando era estudante, para trabalhar valores com os alunos”, relembra.
E aí começou uma jornada que duraria 15 anos.
“No começo, trabalhava das 7h às 17h e, na sequência, pegava ônibus às 17h30 para ir a Mossoró, cidade potiguar que faz divisa com Ceará. Como minha cidade não tinha universidade, eu fazia em Mossoró”, conta.
Aos poucos, Nay foi consolidando o seu ofício.
“Continuei trabalhando nessa área de evangelização, mas meu foco era o protagonismo infanto-juvenil para defesa de direitos e solidariedade. Esse sempre foi meu diferencial, minha concepção de vida”.
Na graduação, se transferiu para a Universidade Federal do Ceará. No trabalho, mudou para Fortaleza e, em seguida, para Brasília.
“Jamais havia imaginado morar em Brasília, mas aceitei o desafio. Foi um momento muito rico em diversos aspectos – inclusive, aproveitei a oportunidade para fazer especializações”, diz a cientista social.
Fez especializações em Planejamento e Gestão Educacional (Universidade Católica de Brasília) e Políticas Públicas, Infância, Juventude e Diversidade (Universidade de Brasília).
Nova jornada
Nay começou a sentir uma necessidade de ficar mais próxima da área. Dentro do Marista, começou a trabalhar com elaboração de projetos sociais e acompanhamento de novas unidades filantrópicas.
Foi aí que conheceu a Cultiva.
“Trabalhamos juntos em um projeto e enxerguei aquilo que, de fato, me encanta, que me faz enxergar meu lugar na sociedade”, vibra.
“Não sei nem como classificar o quanto aprendi nesses 15 anos de Marista. Mas percebi, também, que o meu lugar estava para além daquele espaço”, contextualiza.
E, então, Nay integra a equipe da Cultiva desde 2022.
“Estou neste processo de me apaixonar pela educação pública, já que trabalhei 15 anos na educação privada. É muito diferente, a forma como acontece, a intencionalidade”, afirma.
“Enquanto estou nesse processo me me apaixonar pela educação pública, a paixão pelo Comunidades Educadoras (projeto da Cultiva) vem de longa data. Hoje me vejo em um lugar onde eu queria estar na educação: trabalhar com os mais pobres e com pessoas que veem a educação como princípio libertador, construída junta com os estudantes e não apenas para eles”, diz, ao identificar o princípio libertador que forjou a terra natal.
buteCultiva
E agora, a partir de março, Nay passa a integrar um dos programas da nova grade de lives: o buteCultiva, antes composto por um time fixo formado apenas por homens.
“Vai ser muito bacana debatermos, juntos, temas diversos: com homem falando sobre o que convencional se enxerga como assunto feminino e vice-versa. Quero muito trazer temas políticos para que nós, mulheres, possamos protagonizar”, planeja.
Então, anote aí: toda segunda e sexta, a partir das 20h, você tem encontro marcado com o buteCultiva, no canal da Cultiva no YouTube.
Fique de olho nos nossos canais! Vamos detalhar toda a programação nos próximos dias!
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