Em meio a uma sequência de episódios chocantes em locais sagrados da educação, decidimos enaltecer a construção, o fundamental trabalho de educadoras e educadores para um futuro.
E escolhemos uma dinâmica em especial, ilustrada pelas fotos deste post, que sintetiza esse trabalho tão nobre: Tecendo a Manhã, inspirada no poema homônimo de João Cabral de Melo Neto.
“É uma dinâmica ampla que pode ser usada em contextos diversos. É formado um círculo com as pessoas participantes, que recebem um rolo de barbante. A pessoa que estiver com o rolo está com a palavra naquele momento e, em seguida, passa para outra, da forma como quiser”, explica a analista educacional da Cultiva, Elora Marques.
“No final, temos uma teia de conexões”.
Conexões para construir
No Comunidades Educadoras, programa da Cultiva reconhecido internacionalmente pela Unesco, a dinâmica é feita com articuladores.
“Quem está com o barbante, se apresenta, fala em qual escola trabalha e diz o que espera do programa, do trabalho no programa”, diz Elora.
Enquanto isso, consultores da Cultiva anotam palavras-chave do que as articuladoras falam, escrevem em tarjetas de cartolina e as colam em uma parede.
E as articuladoras passam a tecer conexões.
“Elas falam espontaneamente: ‘ah, agora eu sei com quem vou trabalhar’ ou ‘ah, não conhecia a representante de tal escola’. Uma delas, em Araraquara [uma das cidades onde o Comunidades Educadoras é implantado], ficou emocionada ao refletir sobre o trabalho no programa”.
Após o rolo passar por todos, a teia de conexões está evidente – e não só visualmente, com o barbante.
“As articuladoras visualizam as conexões, mas já percebem esses encadeamentos antes, durante a construção da dinâmica. E é exatamente quando juntamos essas informações que atingimos o Comunidades Educadoras”.
E ainda precisam se organizar para desfazer a teia e entregar o rolo da forma como receberam, o que gera mais conexões, momentos de descontrações e aproximações.
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