A proposta de se criminalizar o bolsonarismo foi o tema principal da live dominical do canal do Instituto Cultiva – o Cultiva em Revista. Ao final, o tema não se esgotou o que deve provocar nova discussão no próximo domingo. A live trouxe para o debate o psicanalista Luís Carlos Petry, o advogado Cláudio Figueiredo e o professor Wallace Armani.
Mesmo reconhecendo que juridicamente “o bolsonarismo é uma sopinha de letras que vai de A a Z”, o advogado Cláudio Figueiredo foi mais prudente, recomendou o diálogo e reforçou que “a lei não é solução para nada, além da dificuldade jurídica de se colocar em prática”.
“É difícil colocar em caixinhas condutas que são transversais” (Cláudio Figueiredo)
Abordando a questão pelo ponto de vista da psicanálise, Luís Carlos Petry destacou que o bolsonarismo trabalha com a emoção e a raiva. Neste sentido, destacou para a necessidade de “uma revolução na educação“. E lembrou que no começo todo mundo relevou e achou que o comportamento do ex-presidente “fosse o jeito dele” e que isso arrebatou pelo menos 15% da população.
Também destacou que o bolsonarismo se equipara ao fascismo pois crê “que todo mundo que é contra está traindo. Traindo a pessoa, traindo a nação”. Outras características levantadas por Petry são “o hiperindividualismo e o mito da meritocracia”.
“A criminalização tem de andar junto com a reparação histórica” (Luiz Carlos Petry)
Do ponto de vista histórico, o professor Wallace Armani detalhou sete tipos de terrorismo, cinco dos quais foram identificados no episódio do 8 de janeiro. Wallace também explicou o surgimento do termo terrorismo, basicamente após a Revolução Francesa como tentativa de conter as pessoas que estavam contra o novo regime. “Com violência, imobilizando as ações e guilhotinando quem era contra”, ensinou.
O professor lembrou que o acontecimentos de 7 de setembro e sempre tentou-se criar um clima de terror
“Depois, os seguidores de Bolsonaro não aceitam o resultado das eleições e vão para esta tentativa desesperada no 8 de janeiro”, afirmou.
“O momento é de calmaria, pois eles não têm força para se articular” (Wallace Armani)
O presidente do Instituto Cultiva, Rudá Ricci afirmou que há um certo temor no governo do que qualificam de “precipitação” na prisão de Bolsonaro. “Então é preciso a sociedade se mobilizar para desmontar o bolsonarismo“, frisou. “Não podemos colocar debaixo do tapete o que aconteceu. Tivemos uma anomalia na nossa sociedade“, acrescentou o vice-presidente do Instituto Cultiva, Ademir Castellari.
Bola Cheia, Bola Murcha
Na tradicional eleição do “Bola Murcha e Bola Cheia da Semana”, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Cristiano Zanin arrebatou o “Bola Murcha”. Ao deputado federal pastor Henrique Vieira (PSOL-RJ) coube o “Bola Cheia”.
Frase da Semana
“As leis mandam que acusados de crimes sejam investigados, denunciados e julgados. Não se trata de escolhas, e sim de deveres. Não é perseguição, é Justiça” (Flávio Dino, ministro da Justiça)
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Jornalista com MBA em Mídias Sociais e Gestão da Comunicação Digital. Passou pela redação dos principais jornais mineiros cobrindo política e economia. Assessor de ONGs de trabalhadores aposentados e membro do Instituto Cultiva desde julho de 2023.