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Pela criminalização do bolsonarismo

Lançada na live de domingo – Cultiva em Revista – a campanha pela criminalização do bolsonarismo vai ganhar mais espaço nos canais do Instituto Cultiva. “Nós temos que colocar na cadeia, abrir processo, e criminalizar o bolsonarismo. Para que a gente tenha um país pacífico que não faça arminha nem mate as mulheres do jeito que está matando”, afirmou o presidente do Instituto Cultiva, Rudá Ricci.

Para isso, foi redigido um editorial defendo os objetivos da campanha.

Editorial – Pela criminalização do bolsonarismo

O Brasil raramente percebe o perigo político iminente. E dificilmente aprende lições e se previne a partir das tragédias políticas nacionais.

A ditadura militar é um exemplo dessa nossa dificuldade. O relatório final da Comissão Nacional da Verdade afirmou que, durante a ditadura, 434 pessoas morreram ou desapareceram. Já o relatório “Brasil: Nunca Mais”, pelo menos 1.918 prisioneiros políticos atestaram ter sido torturados entre 1964 e 1979 (15 de março de 1979 era a data-limite do período a ser investigado). O documento descreve 283 diferentes formas de tortura utilizadas na época pelos órgãos de segurança. Uma enorme tragédia nacional.

E como o Brasil tratou esta tragédia? Com o esquecimento forçado.

A consequência foi que os fascistas brasileiros hibernaram ou atuaram nas sombras até que emergiram com o bolsonarismo. E se sentiram tão a vontade que lideraram um levante terrorista no dia 8 de janeiro.

O bolsonarismo é fascista.

O fascismo é mobilizador e é gelatinoso, diferente do nazismo que é sisudo e monolítico.

O fascismo mobiliza pela ameaça, pelo deboche e pela violência. Começa pelo deboche em relação à diferença.

O fascismo é machista e humilha todos os que não assumem a marca da grosseria machista. Daí andarem em bandos montando suas motos para sugerir uma força irresistível.

O fascismo é antidemocrático, mas usa a ordem democrática para crescer. Foi assim com Mussolini. Criou falanges vestidas de preto que usavam armas para invadir cidades, se exibir em passeatas e vandalizar redações de jornais.

O bolsonarismo é fascista. É gelatinoso porque tenta parecer engraçado, parecendo debochado e inofensivo. Mas, é violento, prega o retorno do autoritarismo e o ataque constante aos que considera diferentes.

O bolsonarismo é fascista. É antidemocrático e desconsidera as regras democráticas, o uso das urnas eletrônicas e o próprio voto popular, porque envolve instituições nacionais – como as Forças Armadas – para a intimidação aos seus inimigos e adversários.

O bolsonarismo é fascista. É desumano e faz escárnio com o sofrimento alheio, chegando a debochar da agonia dos que sofriam a falta de ar durante a pandemia do coronavírus.

O bolsonarismo é fascista. E como ocorreu no mundo todo que criminalizou o nazismo e o fascismo, tem que ser entendido como uma ideologia criminosa, subversiva, terrorista, que atenta contra a paz e ordem democrática do Brasil.

Por isto, precisa ser criminalizada e proibida como toda ideologia antiética e perigosa.

Só assim enfrentaremos com o rigor que este perigo político representa. Só assim garantiremos a paz para nossos filhos e netos. Só assim não deixaremos o fascismo hibernar para retornar logo adiante, violento, grosseiro e mais ameaçador.


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