“Não existe mais centro democrático. A política foi para os extremos“, a afirmação é do professor Vladimir Safatle, em sua participação no Cultiva em Revista, live dominical do Instituto Cultiva. Clocando a ascensão da extrema-direita como um fenômeno mundial, Safatle fez uma série de observações sobre a “perda de horizontes” da esquerda.
Vladimir Safatle lançou recentemente o livro “Alfabeto das Colisões“, pela Ubu Editora. E tem trabalhado a ideia de que “a esquerda morreu e a extrema direita é a única força real no Brasil” Em sua participação neste domingo, o professor defendeu que não se combate “um extremo sem outro extremo” e que nos últimos anos a esquerda tentou “gerenciar as crises do capitalismo que são ingerenciáveis. E ao tentar gerenciar aceleramos as crises“.
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Movimentos sociais e presença do Estado
Vladimir Safatle ainda ponderou que os movimentos sociais têm de trabalhar “fora do governo” e questionou a tese de falta de institucionalidade. “O nosso problema é o excesso de institucionalidade. Toda mediação social passa pelo Estado. Até mesmo nas favelas, onde a presença da polícia significa a força do Estado”.
O professor ainda respondeu sobre o enfraquecimento dos sindicatos e a formação da esquerda brasileira. “Os sindicatos não foram enfraquecidos. É que entraram em cena novas configurações de trabalho, principalmente com a ideia do empreendedorismo“. E também definiu a esquerda brasileira como “nascida de uma extração da classe média“.
Frase da Semana
Dica Cultural
O documentário “Nascido em Gaza” do argentino Hernán Zin e em cartaz no Netflix. Foi a dica cultural de Ademir Castellari. Forte e atual apesar de ter sido lançado em 2014.
Bola Cheia e Bola Murcha
O Instituto Cultiva ficou como Bola Cheia da Semana. E a imprensa hegemônica levou a Bola Murcha.
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